sexta-feira, 22 de julho de 2016

Era uma vez

   Era uma vez uma menina que conheceu o amor. O garoto por quem ela se apaixonou parecia incrível. Romântico, carinhoso e inteligente. E bonito do jeito certo. Mas ele mudou. O tempo o transformou em um idiota. Ou ele sempre foi e a garota só não percebeu. Não importa, eles terminaram.
    Essa garota sentiu falta dele por realmente muito tempo, sentiu que nunca seria completa de novo. Ela não queria se apaixonar de novo porque aquela droga doía muito.
    Foi então que a garota conheceu alguém. E eles conversavam por horas e horas e ela gostava disso. Os dois gostavam de livros, os dois gostavam de fazer as mesmas coisas. Ele era inteligente, mais velho, divertido.
    Eles eram amigos, até o dia q deixaram de ser. E ela pensou que se não poderia ter o seu amor, poderia ficar com um cara ótimo como ele e ter um pouco de felicidade. E no início foi mesmo assim. Ela gostava muito dele, mas não era paixão.
    A garota estava muito machucada, seu coração ainda não havia cicatrizado. Por meses um sentimento bem conhecido foi crescendo dentro dela escondido pelas cicatrizes. E ela pensou que estaria tudo bem, porque não sabia o que estava acontecendo.
    Até o dia que ela percebeu o que estava acontecendo e ela se deu conta do quanto estava ferrada.

terça-feira, 3 de maio de 2016

Antigo amor, doloroso amor

     Nossa história começou tão inocente e tudo foi tão lindo. Você era meu gatinho e eu era a sua garota, parecia que ficariamos juntos pra sempre. Aprendemos coisas juntos, tivemos muitas "primeiras vezes" juntos. Eu cresci, você também.
     Dois anos. Não de namoro, mas de história. Foram só dois anos. Parece ter sido uma vida. Uma vida inteira que eu só e simplesmente... Te amei.
     O fim não foi fácil. Nós lutamos. Não aceitamos que tinha acabado e nos esforçamos muito para continuar juntos. Mas quando tudo acaba, não tem porquê lutar. Muita coisa aconteceu, muita coisa foi dita, muitos "últimos beijos" foram trocados e (de minha parte) muitas lágrimas foram derramadas. Foi traumático e cansativo, mas o inevitável fim veio e levou você de mim.
     Por algum motivo você ainda insistiu em lutar. O coração dessa vida inteira que foram esses dois anos já havia parado, mas por algum motivo você ainda tentou. Eu não sei porque você fez isso, mas você fez. Você veio atrás de mim e disse que me amava. Disse que me provaria isso. Não provou. Apenas veio, disse coisas e me desestabilizou. Como sempre. Eu te disse que não era amor, que você iria ficar bem e que logo mais não pensaria mais em mim. Você negou, disse que me amava e que seria assim pra sempre. Mas até você já reconheceu que eu estou sempre certa.
     É uma coisa boa, mas também é uma maldição. Eu te disse que você iria me superar e, apesar de saber que estava certa, eu queria estar errada. Cada dia, antes de me aproximar de casa, torço pra você estar lá (eu iria te ignorar ou te xingar, mas você teria me provado e isso mudaria tudo) e cada dia eu mesma quebro essa esperança dizendo que você nunca faria isso por mim. Em cada um desses dias eu estou certa, você nunca apareceu.
      O fim do nosso amor foi um infarto. Eu sobrevivi, mas aquela parte do meu coração vai estar sempre morta. Posso continuar a vida e na maior parte do tempo isso não vai ser um problema, mas essa parte de mim vai estar sempre morta. Não existe uma reversão. Te dei uma parte do meu coração e agora essa parte está morta e isso nunca vai mudar. Nunca. Não importa o que eu faça. É assim que infartos funcionam. Isso me deixa tão irritada, tão indignada, tão revoltada, tão... Eu nem ao menos sei.
     E não importa eu tentar fugir do amor, de agora pra frente, porque ele já me encontrou de novo. Mas eu estar apaixonada por outro não muda que uma parte de mim sempre vai ser sua. E eu só... Não quero te esquecer. Seu rosto, a sensação do seu abraço, como eram seus beijos... Estão se apagando. Cada dia lembro de menos detalhes, cada dia tudo é mais confuso. E eu vou sentir sua falta. Muito. Vou sentir saudade de olhar para os seus lindos olhos castanhos, vou sentir saudade da sua voz que me deixava arrepiada, vou sentir saudade do seu abraço cada vez que a gente se via, vou sentir saudade da sua picadinha canalha, vou sentir saudade do seu jeito, vou sentir saudade de você. E daqui 20, 30 anos vou me perguntar onde você está, se está bem; provavelmente vou chegar a conclusão que está casado e feliz (talvez com filhos) e provavelmente vou estar certa. Afinal, eu não estava certa sobre você não me amar?

sábado, 6 de fevereiro de 2016

Sobre meu melhor amigo. Ou ex-melhor amigo

     E então, quando tudo estava desabando eu ainda tinha ele. Sempre lá, me fazendo rir. Me fazendo bem. Sendo a pessoa que eu sabia que iria me abraçar quando eu chorasse e que me sacudiria se eu estivesse sendo idiota.
     Ele estava comigo quando ninguém mais estava. Sendo meu amigo. Meu anjo. Que me ajudava a cuidar das feridas por causa de amor e me fazia rir quando tudo estava um caos. E estava perfeito assim. Ele cuidava de mim e estava comigo quando eu precisava. E eu também estava lá quando ele precisava. Sendo a única que conseguia o acalmar e por o mundo dele no lugar. Ele era um anjo pra mim, meu melhor amigo. O forte que eu sabia que sempre estaria lá. Porque amores a vida leva, mas os amigos são pra sempre. E era perfeito, até aquele dia.
     O dia que nos beijamos e tudo mudou. De repente, antes que eu pudesse respirar, éramos um casal. E ele continuava lá pra mim. E tudo estava bem. E tudo parecia mais perfeito que nunca. Mas eu não o amava. Eu pensei que sim, porque ele continuava sendo um anjo (e naquele momento, meu anjo, apenas meu) e cuidando de mim. Mas não tinha a paixão, que eu já conhecia e esperava.
     E quando acabou foi o caus de novo, o fim da perfeição, e ele n estava lá pra ser um anjo e cuidar de mim. E agora, sempre que penso nele tenho que reprimir as malditas lágrimas que teimam em sair. Não por um amor perdido, mas por ter perdido um amigo. De repente o forte desmoronou e o anjo se afastou de mim, machucado. Machucado por mim.
     Agora perdi meu amigo. E sei que não tem volta. O amigo que me abraçava quando eu chorava, que me fazia rir, que era um idiota e que eu ainda amo. E diferenciar um amor tão grande de paixão é tão difícil. Mas não é paixão. Mas dói como se fosse, porque perder meu melhor amigo foi pior que perder um namorado. Saber que nunca mais ele vai falar idiotices pra me irritar, que nunca mais vai me forçar a fazer o que não quero, nunca mais vai me dar spoilers do livro que ele nem leu. Eu perdi meu amigo. Não, não perdi só um amigo. Perdi meu melhor amigo. E é doentio, mas eu voltaria a ser namorada dele apenas pra ter ele de volta. Pq sem ele tudo é diferente. Mas não seria justo. Corresponder beijos que não quero e estar com alguém por quem não sou apaixonada. Quero os beijos de outro, quero o amor de outro. Mas perder meu amigo dói a ponto de cogitar abrir mão disso.
     E eu só não sei o que posso fazer. Porque perdi meu melhor amigo e sei que é algo definitivo

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Meu sonho

      Eu sei que pra alcançar minhas metas, pra tornar real meu sonho, vou ter que passar por muitas coisas. Vão ser noites sem dormir, vezes que não vou ter tempo de comer, cansaço extremo, sair cedo e chegar tarde, ter mil trabalhos para fazer quando chegar em casa, ter que estudar, não poder descansar. 
      E isso antes de me formar. Depois vou ter que enfrentar plantão de madrugada, mais de 24 horas sem dormir, perder feriados por estar no trabalho... E eu quero ter uma família. Filhos.
      Vai chegar o dia que terei que explicar pro meus filhos o porquê de a mãe deles não estar em casa quando eles acordam e não ter chegado antes de eles irem dormir. Vou ter que explicar porquê a mãe deles não pôde preparar a comida preferida deles no almoço, no dia dos seus aniversário. Vai chegar o dia que vou ter que explicar porquê a mamãe não estava lá no natal. Eu espero poder fazer eles entenderem onde a mamãe estava e porquê não pude evitar. Espero que isso os faça mais humildes, que se vejam iguais aqueles que estão no hospital. Espero que eles entendam que a vida daquelas pessoas é tão importante quanto a deles e que eu tenho que estar lá para ajudar.
      E tem também o meu marido... Não sei quem vai ser, mas eu vou precisar que ele entenda. Nem toda noite vou poder preparar o jantar, nem toda noite estarei na cama com ele para dormir, vai chegar o dia que uma data especial virá e não poderemos comemorar. Se no meio da noite me ligarem falando que o estado de um dos meus pacientes piorou, eu vou ter que ir até lá. Ele vai ter que entender isso. Dizem que o marido perfeito para uma médica é outro médico, pois só um médico entenderia. 
      Para alcançar esse sonho, vai ser uma vida de dedicação, esforço e sacrifícios, mas eu não poderia estar mais certa de fazer algo. É o que eu nasci para fazer. Eu sei disso. Ver um paciente curado, autorizar a saída de pacientes do hospital, devolver a saúde dessas pessoas... Vai fazer com que todo o esforço valha a pena.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Sobre aquele abismo

      Eu demorei muito para notar que quando você me tirou da beirada, estávamos nos salvando igualmente. Não foi você que me puxou, andamos juntos para longe. Sim, você disse que foi assim várias vezes. Mas antes não fazia sentido, eu estava focada demais no quanto você era bom pra mim. Quando estamos distantes de uma situação, conseguimos entender melhor.
      Agora estou sozinha. Por que fez isso? Por que me tirou de lá se não iria ficar? Agora estou "lucida", mas antes a pressão do abismo me distraía da dor. Se você tivesse apenas ido embora, eu poderia lidar com isso. Mas você não foi. Você ficou, fingindo que estava comigo, enquanto aproveitava a liberdade do abismo (que eu te dei) pra ter outra.
      Ainda estou naquele banco, o que ficava na divisa da parte verde com o real abismo. As flores continuam, as árvores estão aqui. Mas não vejo mais a graça nisso. Sou obrigada a ver pessoas ao meu redor, sorrindo e vendo as cores que parei de ver. Algumas dão as mãos e saem andando pela estrada, outras pegam carros. Muitos pegam a estrada sozinhos, mas felizes. A beira do abismo também está cheia, mas eu sei que se eu me deixar aproximar ficarei sozinha, me sentirei assim.
       Por que me tirou de lá se não iria ficar? Agora estou presa aqui. Sei que não devo me aproximar, mas é tão tentador que não consigo me afastar. Imaginei mil vezes que pegaríamos a estrada juntos e agora não consigo me levantar e ir sozinha.


*Esse texto vai ficar assim, porque comecei a chorar e não consegui terminar.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Você

     E a cada dia que passa o pensamento de que você não vai ser meu pra sempre fica mais forte. Eu fico pensando que nunca vamos passar por todas aquelas coisas. Morar junto, brigar pela toalha molhada em cima da cama, casar, ter filhos...
      São coisas que eu quero tanto... Eu imagino tanto... É difícil lidar com esse pensamento de que não vai acontecer. Talvez seja difícil por que eu sei que é verdade.
      Quando você está comigo tudo faz sentido. Minha cabeça volta pro lugar e meu coração bate normalmente de novo. Estar nos seus braços é tudo o que eu quero pro resto da vida. E tudo o que não vou ter.
     Entenda que não digo isso por achar que você não me ama. É só que nada dura pra sempre. E você é novo. Vai cansar de mim, querer experimentar coisas novas e novas pessoas. Eu sei, também sou nova, mas é diferente. Eu já sei o que eu quero, já tenho tudo em mente.
     Cada dia que passa. Cada coisa linda que você fala pra mim. Cada vez que eu te vejo. Cada vez que você diz que me ama. Eu guardo tudo na minha mente. Pra me lembrar depois, quando você não estiver mais comigo.

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Querida Sogra

     Antes de falar sobre nós, antes de proibir, antes de argumentar, antes de qualquer coisa, eu gostaria que vossa senhoria tomasse conhecimento inteiro dos fatos.
     Querida Sogra, antes de já ir falando que não quer que fiquemos juntos, você deveria saber tudo o que eu fiz por ele.
     Porque era pra mim que ele contava tudo, as mães sempre são as ultimas a saber. Todas as vezes que você, querida sogra, ia pra cima dele com toda sua amargura era em mim que ele encontrava alivio e podia desabafar. E era eu que te defendia. Enquanto ele te xingava e te ofendia era eu que brigava e dizia "não vou tolerar que você fale isso da sua mãe". Isso não aconteceu uma vez ou duas. Foram várias.
      Eu devo te fazer pensar, querida sogra, que a vida que você escolheu não precisa ser a dele. A vida dele não precisa ser morar em uma cidade pequena trabalhando em uma lan house. Ele é tão inteligente. Merece muito mais que isso. E vossa senhoria enxerga isso também. 
      Não foi você, fui eu. Foi eu que incentivei a querer mais, a buscar mais. E ele conseguiu. Não graças a sua ajuda, querida sogra.
      O unico momento que fui excluída da vida dele, querida sogra, foi quando ele quase cometeu a burrada do século. Não era comigo. Se fosse teria sido diferente. Porque sou uma coisa que as pessoas chamam de responsável.
      E agora ele te esconde um segredo terrível, realmente terrível. E não vai te contar tão cedo. Mas eu sei o que é, querida sogra, e acho que uma mãe deveria saber de algo tão grave. E é o que eu falo pra ele. Todo dia.
      Você, querida sogra, deveria parar com sua visão religiosa e preconceituosa e enxergar que não sou sua inimiga. Sou a pessoa que mais pode te ajudar a manter seu filho do seu lado.
      Se você, querida sogra, não exigisse a presença dele, vossa senhoria saberia que ele iria até a senhora sem precisar pedir. 
      Se você, querida sogra, desse a ele a liberdade de escolher o que ele quer fazer, saberia que ele não quer apenas ficar comigo. Saberia que ele quer ver a senhora tanto quanto a senhora quer ver ele. Se vossa senhoria deixasse ele fazer o que tem vontade, ele faria as coisas que a senhora pede com gosto. Porque ele é o seu filho. Porque ele te ama. 
      Eu nunca quis competir com esse amor, querida sogra. Ele é seu mais do que é meu.
      Só peço que confie em mim pra cuidar do seu filho, querida sogra, porque é o que pretendo fazer.